Título: La La Land: Cantando Estações
Título original: La La Land
Diretor: Damien Chazelle
Duração: 128 minutos
Ano de produção: 2016
País de origem: EUA
Estreia mundial: 9 de dezembro de 2016
Estreia no Brasil: 12 de janeiro de 2017
Elenco principal:
♥ Ryan Gosling como Sebastian
♥ Emma Stone como Mia
Os trechos com spoilers serão assinalados.
La La Land é simplesmente o filme mais falado dos últimos tempos, não é? Assisti e quis expôr minha opinião aqui no blog. Claro, falando como uma amadora e que gosta muito de filmes, mas que não tem formação nenhuma nem é especialista no assunto. A trama vai contar a estória de Mia, uma moça que deixou a faculdade de Direito e sua família para tentar a carreira de atriz em Los Angeles e de Sebastian, um pianista apaixonado por jazz que tem como sonho abrir seu próprio clube e trazer o estilo musical de volta para a atualidade. Tudo isso, no formato de um musical.
Ao ver o trailer pela primeira vez, fiquei um pouco surpresa. Um musical? Fora da Disney? Devo dizer que não é uma coisa que se vê muito na atualidade, não é? Não havia tanto bafafá em cima do filme, até que começou: agradou quem gosta e quem não gosta de musicais, indicado a vários Globos de Ouro e basicamente um recorde em indicações ao Oscar.
Já comecei gostando. Aquela cena inicial, com uma música super alegre, a coreografia... Eu sou amante de musicais: como não gostar? Ao mesmo tempo, era tão diferente ver um musical tão atual, porque eu estou acostumada a assistir basicamente musicais da Disney. Após ver alguns comentários sobre o filme na internet, fiquei com o olhar atento buscando padrões de cores, referências, coisas que tornassem a experiência do filme ainda mais legal. Atentei especialmente à mudança das estações, tentando perceber o paralelo entre a estação e o que os personagens viviam.
O filme é visualmente lindo. Cores vivas, fortes. Cenas e cenários que certamente vão ser memoráveis, do tipo que todo mundo vai lembrar que é desse filme, sabe? Ao assistir pela segunda vez, pude perceber o trabalho bem feito e entender o porquê de ter sido indicado à Melhor Fotografia. Novamente, não entendo dessas coisas, mas a simetria de certas cenas (como a que o Sebastian canta no píer), os movimentos de câmera, tudo era muito bem feito, meio que "sem cortes" e fluido.
Quanto às músicas, fiquei encantada. A minha preferida é a primeira, Another Day Of Sun, pelo seu ritmo bem upbeat, dançante e alegre, sem falar da mistura de instrumentos. O diretor é claramente fã de jazz, o que se percebe também pelo seu filme Whiplash. Esse foi um ponto muito interessante, porque tive a oportunidade de ouvir mais desse ritmo. A trilha sonora, em geral, é linda e muito marcante. Tenho certeza que em qualquer lugar que eu ouvir, vou saber que aquela música, aquela melodia, vem de La La Land. Emma e Ryan cantam bem, mas definitivamente não são cantores excepcionais. Pro filme, foi suficiente e muito bom também. As coreografias são bem poucas, mas uma, em especial, a do sapateado em Lovely Night é bem memorável, e não ficaria surpresa caso se tornasse uma das cenas icônicas do cinema mundial. No entanto, vi uma crítica na internet que tive que concordar: às vezes, esse filme esquece que é um musical. Meio que dava pra ter mais música, não?
E o final... A partir de agora, haverá SPOILERS. No fim do trecho, vou avisar onde tem uma área limpa novamente.
Então, fiquei extremamente chocada. Não sei o que esperava do desfecho do filme antes de começar a assisti-lo, mas pensei um "ué?!" bem grande quando aparece "5 anos depois" na tela. Mia se tornou uma atriz famosa, casada, com uma filha. Ao ir jantar com seu marido, entra no tal clube de jazz do Sebastian e lá começa o epílogo belíssimo que leva os mais sensíveis às lágrimas. Ao perceber que, afinal, eles não terminavam juntos, fiquei impressionada e até triste. Entendi o epílogo deles como o tal "poderia ter acontecido", mas após ver um vídeo na internet, percebi do que realmente se tratava: a história deles dois no formato de happy ending de Hollywood x a história deles na vida real. Não tinha como conseguirem o sonho e ficarem juntos ao mesmo tempo. À princípio, me conformei e pensei "é, assim que é a vida". E essa proposta me interessou muito, porque esse é o diferencial do musical: colocar os fatos reais e não tão românticos da vida ao molde dos musicais antigos.
No entanto, ao assistir pela segunda vez, minha reflexão se aprofundou. Antes do epílogo, aparece a Mia logo depois da sua audição conversando com o Sebastian. Tem um momento que ela diz "eu sempre vou amar você", e ele diz o mesmo. Lembrei como dizem que quando se ama, você quer ver a pessoa feliz, mesmo que não seja com você. Mas, depois, analisando melhor e pedindo a opinião do meu pai, perguntei o que ele achava: duas pessoas que dizem que se amam, mas que preferem seguir as próprias carreiras do que estar juntos. O meu pai falou uma coisa muito pertinente e com a qual eu concordo: eles claramente não se amam. Eles amam mais a si mesmos do que um ao outro. Amam mais a sede de sucesso, os próprios sonhos, do que um ao outro. O amor é feito de renúncias, e se eles não foram capazes de renunciar a tal sede, não se tratava de amor. De paixão, talvez. Mas amor? Acho que não. De qualquer forma, foi legal ver como o Sebastian torcia pela Mia, deu a ideia de ela escrever a própria peça e tentar algo novo. Além disso, foi ele que a avisou e a incentivou a ir pra audição quando ela não aguentava mais e queria desistir. Isso, sim, foi legal, porque é um lembrete pra todos aqueles que querem desistir dos seus sonhos a tentarem mais uma vez, a não se deixarem vencer.
FIM DOS SPOILERS.
De qualquer forma, em uma maneira geral, ver La La Land foi uma experiência positiva para mim. Espero que não seja a última vez que Hollywood aposta em musicais, porque acho que tá fazendo falta! Não pode ser um monopólio da Disney! E vocês, assistiram? O que acharam? Deixem nos comentários!