[Resenha] A invasão cultural norte-americana - Júlia Falivene Alves

Vejam a proeza: resenhando um paradidático! Na realidade minha professora pediu pra lermos apenas os sete primeiros capítulos, mas como eu não gosto de deixar livros pela metade, li logo tudo. Confiram a resenha e não deixem de comentar :)

Neste livro, nosso cotidiano é analisado para denunciar como a identidade brasileira tem sofrido o impacto avassalador do estilo de vida ianque. Para tanto, a autora desvenda os aspectos ideológicos decorrentes dessa invasão nos mais diversos setores, como a língua portuguesa, as músicas, os brinquedos, a educação escolar, o lazer, a política, bem como a cultura enlatada veiculada pelo rádio, tevê, cinema e publicidade.
Quem nunca ouviu Jovem Pam e caiu numa música americana, talvez dos Black Eyed Peas? Quem nunca usou um jeans, desejou uma Coca-Cola ou quando era criança, quis comprar uma Barbie ou um aviãozinho que você via nas propagandas? E se por trás desses pequenos mimos, houvesse toda uma história de imperialismo cultural?

Em "A invasão cultural norte-americana", somos apresentados à um mundo de pesquisas minuciosas, que nos mostram onde os Estados Unidos - ou os USA, yankees, como são tratados no livro - escondem sua cara e mandam seus truques para fazer com que compremos tudo que nos oferecem e consumamos o que eles têm. Fala justamente sobre como nós, brasileiros, latino americanos, no outro hemisfério, fomos absorvendo uma cultura que nem é nossa.

Durante a leitura, você se pega pensando e refletindo sobre as palavras que eles nos dão de origem inglesa, e percebe que algumas palavras você nunca havia se tocado serem estrangeiras. Performance, overdose, galera, eu não tinha me tocado. 

O livro não é uma trama, um enredo, propriamente dito. É como um livro de Geografia. Por isso é necessário, em algumas partes, paciência. A cultura nele falada vai do rádio, à televisão, à revistas em quadrinhos, à brinquedos, é bastante ampla.

O livro consegue se situar em dois polos opostos. Em certas ocasiões, o livro é interessantíssimo. Você balança a cabeça em sinal negativo, e durante a leitura, começa a comentar com seus familiares sobre o que leu. Gente, o pensamento imperialista está em todo canto. Até em uma simples revisitinha do Pato Donald a pesquisa encontrou vestígios do rastro azul e vermelho. Quando se referia à cultura que nós conhecemos, o livro é ótimo. O ponto negativo é quando começa a tratar de História: década de 1960, Birô, um monte de coisas que era difícil de eu assimilar e me dava preguiça de voltar à ler. 

Durante a leitura, marquei vários quotes interessantes. O livro não é grande, tem cerca de 190 páginas, algumas tendo imagens e no finalzinho a Bibliografia. Eu recomendo pra quem está estudando sobre os Estados Unidos, como vai ser meu caso agora no 2º semestre, e pra quem está interessado em saber onde a cultura imperialista americana se faz presente.
Segundo a revista Veja à qual já nos referimos neste capítulo, em 1995, das 456 lojas que existiam no Shopping Center Ibirapuera, na cidade de São Paulo, 110 foram batizadas com nomes em inglês.
E outro:
Mas não é só no campo da propaganda que as nossas emissoras têm bebido em fontes de inspiração norte-americanas. Alguns de nosso programas de maior audiência nasceram da imitação ou, na melhor das hipóteses, da reinvenção de outros que faziam ou ainda fazem sucesso nos USA. Só para lembrar alguns, citamos os de perguntas e de respostas que distribuem prêmios milionários e, mais modernamente, os reality shows.
É importante que reconheçamos a nossa cultura, e de onde nós viemos. Toda cultura tem suas riquezas, e a brasileira é uma delas. Não podemos ficar com um pensamento que nos acha inferiores aos norte-americanos, que absorve tudo que de lá eles mandam. Temos que ter pensamento crítico. 

Informações sobre o livro
Título: A invasão cultural norte-americana
Autora: Júlia Falivene Alves
Editora: Moderna
Páginas: 192
Preço: Cultura 
Avaliação:
Tirei uma estrela do livro por causa da dificuldade de leitura.

10 comentários:

  1. O livro parece abordar alguns tópicos interessantes. Como maior potência, os EUA tem um enorme poder em relação as outras, isso é fato. Acabamos adotando muitas coisas deles, mas se funciona, não vejo um grande problema, o que não podemos fazer é deixar a nossa riqueza cultural completamente de lado, mas num mundo globalizado como o nosso, é natural todo esse mix de cultura, que retiremos muitas coisas daqui e dali, até mesmo de outros países fora o EUA, mas sendo este a maior influência mundial, acaba refletindo de uma forma bem maior.
    Beijos!

    ResponderExcluir
  2. Legal o livro, gostei da sinopse e sua resenha foi intrigante, realmente é bom ver o quão parecidos com os Norte-Americanos nós somos, hehe.

    Beijos
    http://secretsentreamigas.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Bem diferente né?! Acho que eu ia gostar de ler este livro! Parabéns pela resenha ;)

    Xoxo
    http://amigadaleitora.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Adorei sua resenha,me chamou bastante a atenção.
    Espero um dia poder ler.Mas por agora, está muito caro.
    Boa Semana.

    Mariana - World of Tori Vega.
    @mariworldoft_

    ResponderExcluir
  5. Esse livro é a minha cara! Se tivesse me sido apresentado um ano antes se encaixaria perfeitamente no meu conteúdo de ensino médio. Estudei bastante sobre esse assunto na escola em história, geografia, filosofia... é um tema muito interessante. Pode ser traduzido na expressão "american way of life".
    Até mesmo os desenhos animados norte-americanos propagam uma ideologia. Como exemplo, cito o zé-carioca, personagem que apareceu junto ao pica-pau para aludir à aliança entre Brasil e EUA no final da 2ª Guerra Mundial.

    http://maripetruci.wordpress.com

    ResponderExcluir
  6. 'o ponto negativo é quando começa a tratar de história:
    década de 1960'. BEATRIZ, clara.

    engraçado ... pra mim isso é muito mais que positivo, haha.
    encontrei o blog pesquisando sobre o tema supra e prometo voltar ouras vezes - muito interessante ! parabéns equipe , ;D


    lucio w. owl

    ResponderExcluir
  7. Na verdade, o que a autora nos quer dizer eh que a imposicao de uma cultura pode se dar muito sutilmente...por meio de musica, moda e linguagem. Eh uma guerra sem armas, ou seja, as armas sao outras, mas nao se enganem, eh a forma pela qual a America do Norte subjuga as nacoes para fins ideologicos imperialistas. Eh assim que o capitalismo e sua logica mercantilista se infiltra nas sociedades.....Alguem ja viu norte america os celebrando alguma festa junina? E brasileiros celebrando Halloween? Isso nao eh globalizacao nao! Isso se chama invasao cultural. Quando a cultura alheia passa a ser celebrada desse jeito, o povo jah pode ser considerado dominad, subjugado, sem identidade, a merce de outros valores. Isso eh um exercicio de poder....

    ResponderExcluir
  8. Na verdade, o que a autora nos quer dizer eh que a imposicao de uma cultura pode se dar muito sutilmente...por meio de musica, moda e linguagem. Eh uma guerra sem armas, ou seja, as armas sao outras, mas nao se enganem, eh a forma pela qual a America do Norte subjuga as nacoes para fins ideologicos imperialistas. Eh assim que o capitalismo e sua logica mercantilista se infiltra nas sociedades.....Alguem ja viu norte america os celebrando alguma festa junina? E brasileiros celebrando Halloween? Isso nao eh globalizacao nao! Isso se chama invasao cultural. Quando a cultura alheia passa a ser celebrada desse jeito, o povo jah pode ser considerado dominad, subjugado, sem identidade, a merce de outros valores. Isso eh um exercicio de poder....

    ResponderExcluir
  9. JÁ LI HÁ MUITO TEMPO ATRÁS. É MUITO BOM. NÃO ESQUEÇO ATÉ HOJE A PARÓDIA: "BRASIL QUEM TE "USA" SOU EU". KKKKKKKKKKKK

    ResponderExcluir

© Incantevole, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena